A Casa das Sete Mulheres no Globoplay: 15 curiosidades sobre a obra

Grande produção brasileira, a minissérie A Casa das Sete Mulheres retorna hoje (29/08), definitivamente pelo Globoplay, plataforma de streaming pertencente à Rede Globo. Produzida e exibida originalmente pela emissora de 7 de janeiro a 8 de abril de 2003, em 51 capítulos, a obra foi baseada no livro homônimo da escritora Letícia Wierzchowski, e teve a adaptação esmerada de Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão, além de um elenco afiado e repleto de estrelas entre jovens e veteranos. Ainda, a minuciosa e delicada reconstituição de época junto ao clássico folhetim, a trilha sonora marcante e a direção segura de Jayme Monjardim ajudaram para que a minissérie fosse o estrondoso sucesso que foi, mostrando mais uma vez que o canal carioca teria naquele produto mais um clássico da sua teledramaturgia com a sua devida relevância no cenário nacional. Por isso, vale relembrar 15 curiosidades sobre a obra com os devidos motivos para assisti-la novamente através da plataforma on-demand global.

Manuela (Camila Morgado), Ana (Bete Mendes), Maria (Nívea Maria), Perpétua (Daniela Escobar), Caetana (Eliane Giardini), Mariana (Samara Felippo) e Rosário (Mariana Ximenes) foram as sete mulheres que deram o título a minissérie de grande sucesso exibida em 2003. (Foto: Divulgação/Rede Globo)

1- Superprodução de grande sucesso. Irretocável reconstituição de época, direção segura de Jayme Monjardim em um elenco bem escalado, e bela fotografia valorizando as paisagens dos pampas e canyons do sul do Brasil. (Site Teledramaturgia).

2- Com audiência elevada e enaltecida pela sua bela fotografia, A Casa das Sete Mulheres destacou as paisagens da Serra Gaúcha, e excelentes reproduções de cenas de batalha. Com a boa repercussão do enredo, a venda do romance de Leticia Wierzchowski disparou nas livraria quando foi lançado em abril de 2002. Em somente três semanas, o livro vendeu mais de 30 mil cópias.

3- A minissérie foi filmada em quatro cidades do Rio Grande do Sul – Cambará do Sul, São José dos Ausentes, Pelotas e Uruguaiana – além dos estúdios do Projac. Ainda, a obra contou com externas no Rio de Janeiro. A viagem da equipe ao sul do país perdurou por 40 dias e movimentou aproximadamente 2.500 pessoas.

4- As duas fazendas utilizadas como locação durante a história, que foi situada no século dezenove, estavam em Pelotas. A Charqueada São João, de 1.810, uma criação em estilo colonial português, serviu de locação para a Estância da Barra, local em que as mulheres residiram durante os dez anos da Revolução Farroupilha. Ademais, as cenas de banhos de cachoeira e as gravações de helicóptero sobre os desfiladeiros foram realizadas em São José dos Ausentes. Em Uruguaiana, a equipe gravou as cenas de batalha, que juntaram por volta de 150 figurantes diariamente.

A apaixonada Rosário (Mariana Ximenes) começa a ter alucinações com o seu amado Estevão (Thiago Fragoso) depois dele ser abatido em combate durante a Revolução Farroupilha. (Foto: Divulgação/Rede Globo)

5- Projetada na Central Globo de Produção, a cidade cenográfica da minissérie reproduziu com perfeição as ruas de Pelotas, Porto Alegre, Caçapava e Laguna, isso sem contar as áreas externas das estâncias. Cascas de arroz foram usadas de maneira que criassem um colorido amarelo à paisagem.

6- A produção de arte inspirou-se nas obras de Nico Fagundes, perito em Revolução Farroupilha. Todos os objetos e peças de cena foram criados especialmente para a minissérie, desde as roupas de cama e mesa a barris, cerâmicas, espadas, bandeiras, entre outros itens. Um dos utensílios aproveitados que merece destaque foi o diário manuseado pela personagem Manuela, escrito todo com um calígrafo.

7- O elenco da trama passou por um exaustivo trabalho de preparação, com início dois meses antes das gravações. A elaboração das aulas de montaria, esgrima e conhecimento sobre os costumes gaúchos, expressão corporal e prosódia, além de algumas habilidades específicas foram realizadas de acordo com a necessidade de cada personagem. Também serviram como base para auxiliar o elenco na condução dos seus papéis, algumas palestras com historiadores e especialistas na Revolução Farroupilha, como o professor de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, César Guazelli.

8- Algumas curiosidades sobre o figurino da minissérie merecem destaque. Marília Carneiro criou, por exemplo, figurinos baseados em uma estética europeia através do impressionismo de cores e formas. Em relação a isso, podemos citar Manuela (Camila Morgado), que fazia uso de vestidos com mangas medievais e Anita (Giovanna Antonelli) que foi auxiliada pela equipe da obra, baseada em quadros do pintor Toulouse-Lautrec e nas indumentárias dos peões gaúchos. Já entre os homens, vale ressaltar a diferença entre as fardas utilizadas pelos soldados imperiais e farroupilhas. Inicialmente, Garibaldi veste capa, boina e roupas de seda, porém, com o passar do tempo, começa a fazer uso de uma camisa vermelha e lenço dos farrapos. Vale ressaltar ainda que, por conta da caracterização dos personagens, as atrizes e alguns homens do elenco utilizavam apliques nos cabelos.

Giovanna Antonelli interpretou em ‘A Casa das Sete Mulheres’ a revolucionária e guerreira Anita, que cruza seu caminho com Giuseppe Garibaldi (Thiago Lacerda) durante a minissérie. (Foto: Divulgação/Rede Globo)

9- Para a reconstituição dos fatos históricos foi feita uma pesquisa minuciosa, relacionando todas as áreas da produção. Entretanto, alguns historiadores avaliaram negativamente a maneira pela qual a minissérie mostrou a Guerra dos Farrapos, endeusando o líder gaúcho Bento Gonçalves. De acordo com os historiógrafos, a produção da TV Globo idealizava Bento Gonçalves como um homem determinado a findar com as injustiças sociais, enquanto as pessoas que batalhavam junto do Império eram relatados como algozes. A geografia do Rio Grande do Sul representada pela minissérie também foi bastante julgada. Na trama, regiões que estavam muito afastadas geograficamente pareciam próximas durante o folhetim.

10- Houve comentários que Bento Manoel Ribeiro (Luis Melo), um dos personagens não fictícios da Guerra dos Farrapos, possuía um pacto com o Diabo. Um dos fatos que evidenciaram essa suspeita foi a sua relação com Teiniaguá (Juliana Paes), onde ela supostamente seria uma princesa moura remodelada pelo Diabo em uma lagartixa encantada. Essa história foi colocada no enredo a partir do conto A Salamanca do Jarau, de Simões Lopes Neto. 

11- A Casa das Sete Mulheres foi o primeiro trabalho de Werner Schünemann e Camila Morgado na TV Globo. Os atores receberam vários elogios por suas atuações na minissérie. Camila, inclusive, caiu nas graças do público com a sua interpretação como Manuela. O sucesso foi tanto que chegaram à Rede Globo muitas cartas e e-mails solicitando que a personagem acabasse a obra ao lado de seu grande amor, Giuseppe Garibaldi. A atuação de Nívea Maria como Maria, mãe amarga de Manuela, Rosário e Mariana, também foi bastante enaltecida durante a produção.

Werner Schunemann interpretou um dos seus melhores personagens em teledramaturgia como o líder dos Farrapos, Bento Gonçalves. Minissérie de sucesso venceu inúmeros prêmios durante o ano. (Foto: Divulgação/Rede Globo)

12- As cenas de A Casa das Sete Mulheres fizeram parte de uma série comemorativa de cartões telefônicos por conta do sucesso da narrativa. Ainda, o livro A Revolução Farroupilha Através da Minissérie A Casa das Sete Mulheres, de Valentina Nunes, (Editora Globo, 2003) relatou a herança da história através de suas imagens.

13- A trilha sonora foi um dos diferenciais do folhetim. Além da excelente trilha instrumental, algumas canções marcaram o enredo de 2003. Entre as mais marcantes estavam as canções: “Merceditas” de Gal Costa (tema de Bento Gonçalves e Caetana); “Tristesse”, parceria de Milton Nascimento e Maria Rita Mariano (tema de Manuela); a romântica “Fênix” do cantor Jorge Vercilo (tema de Perpétua e Inácio); “Cavalo Baio” da banda espiritualista Sagrado Coração da Terra (tema de Garibaldi); “Uma Voz no Vento” na voz de Leila Pinheiro (tema de Rosário) e a contagiante “Prenda Minha” de Flávio Venturini (tema de João e Mariana), entre outras composições. O CD com a primeira trilha da novela foi estampada pelo ator Thiago Lacerda, intérprete de Giuseppe Garibaldi no enredo. Ainda, foi lançada no mercado mais uma trilha sonora complementar da minissérie com dezoito canções compostas por Marcus Viana. O nome do álbum complementar de ‘A Casa’ foi batizado como “Sete Vidas, Amores e Guerras”.

14-  A Casa das Sete Mulheres recebeu diversos prêmios devido a sua cuidadosa e esmerada produção. Em 2003, a trama venceu duas estatuetas da Associação Paulista de Críticos de Arte: o Grande Prêmio da Crítica e a categoria de melhor atriz que foi vencida por Nivea Maria, que interpretou Maria na minissérie. No mesmo ano, Camila Morgado foi a ganhadora do prêmio Austregésilo de Athayde – honraria atribuída aos 50 profissionais que mais obtiveram relevância no cenário artístico, cultural e empresarial da cidade do Rio de Janeiro. Ela foi a vencedora como a atriz revelação do ano. Também, em 2004, a produção recebeu o Prêmio INTE (considerado o Oscar da indústria televisiva latina) como melhor minissérie, melhor ator (Thiago Lacerda) e melhor diretor (Jayme Monjardim).

Giuseppe Garibaldi (Thiago Lacerda) e Manuela (Camila Morgado) durante cena da minissérie “A Casa das Sete Mulheres”. Clássico adaptado por Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão retorna no Globoplay. (Foto: Divulgação/Rede Globo)

15- Em 2004, a minissérie foi lançada em DVD e dois anos depois, foi reapresentada pela TV Globo entre 15 de agosto e 22 de setembro de 2006. Em 2012, A Casa das Sete Mulheres foi reapresentada de 21 de agosto e 04 de outubro de 2012, para o Distrito Federal e na parabólica, devido ao Horário Eleitoral Gratuito. A trama também foi reprisada no canal Viva (TV por assinatura pertencente à Rede Globo), em três oportunidades: de 18 de maio a 27 de julho de 2010; de 26 de junho a 05 de setembro de 2013; e recentemente, de 3 de janeiro a 14 de março de 2022.

Fonte: Sites Memória Globo e Teledramaturgia.

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