Anos Dourados no Globoplay: 14 curiosidades sobre a obra

Marcada pelo estrondoso sucesso, a minissérie Anos Dourados, de Gilberto Braga, retorna hoje (09/05), definitivamente no catálogo do Globoplay, plataforma de streaming da Rede Globo. Produzida e exibida pela emissora entre 5 e 30 de maio de 1986, em 20 capítulos, às 22h30, a minissérie foi dirigida por Roberto Talma, e tinha como tema central o retrato dos valores morais da classe média carioca nos anos 1950, tendo como ponto inicial o romance conturbado de uma normalista por um estudante do Colégio Militar. Em seu elenco principal, nomes de destaque como Malu Mader, Felipe Camargo, Taumaturgo Ferreira, Isabela Garcia, Betty Faria, José de Abreu, Nívea Maria, Yara Amaral, Claudio Correa e Castro entre muitos outros, conseguiram grande êxito com seus personagens. Assim, vale relembrar esse grande clássico de Gilberto Braga com os motivos para acompanha-la novamente através da plataforma de streaming global.

Lurdinha (Malu Mader) e Marcos (Felipe Camargo) em cena de “Anos Dourados”, minissérie de grande sucesso de Gilberto Braga que retorna hoje no Globoplay. (Foto: Reprodução/TV Globo)

1- O título Anos Dourados foi uma ideia de Daniel Filho. Ele relata que tinha um projeto da Casa de Criação Janete Clair para criar minisséries sobre épocas diversas da história do Brasil. Iniciada em 1985, por Dias Gomes, a Casa de Criação Janete Clair tinha o objetivo de produzir e selecionar roteiros para as produções da emissora. A partir dessa concepção, foi resolvido que a década de 1950 ficaria a cargo de Gilberto Braga. O autor, pela primeira vez, escrevia uma minissérie para a TV Globo. e, de acordo com ele, Anos Dourados é o grande sucesso de sua caminhada profissional. Esse trabalho obteve uma repercussão enorme.

2- Logo após escrever a novela Corpo a Corpo (1984), Gilberto Braga imaginou que a atriz Malu Mader, que interpretava Bia em sua trama, daria uma linda normalista. A partir dessa ideia, passou a realizar a sinopse da minissérie, que expôs a severidade das regras de conduta na educação dos jovens e debateu temas como a repressão sexual, aborto e masturbação.

3- Além de efetuar pesquisas de época e recorrer à sua própria memória, Gilberto Braga também se juntou com amigos e conhecidos que presenciaram os “anos dourados” e usufruiu de suas histórias. A cena, por exemplo, onde Marcos (Felipe Camargo) pula o muro da escola para encontrar Lurdinha (Malu Mader) às escondidas, foi escrita a partir desses relatos.

Celeste Carneiro (Yara Amaral) e Dr. Carneiro (Cláudio Correa e Castro) durante cena da minissérie. Mote central mostrava o retrato dos valores morais da classe média carioca nos anos 1950. (Foto: Reprodução/TV Globo)

4- As equipes de figurino e caracterização efetuaram uma minuciosa pesquisa para compor o visual dos personagens. Os jovens utilizavam topetes com brilhantina, e as moças não abriam mão de seus vestidos rodados feitos de tule. Alguns homens, inclusive, também usufruíram de uma imagem baseada no filme Juventude Transviada, de Nicholas Ray, como o personagem Urubu, de Taumaturgo Ferreira.

5- Ainda sobre a caracterização da obra, algumas personagens femininas usaram o corte de cabelo conhecido naquele período como “taradinha”: curto, porém com movimento, produzido com pega-rapazes na franja. A atriz Betty Faria, para compor seu papel, aderiu a esse corte, inspirada em Gina Lollobrigida, no filme Trapézio (1956).

6- Gilberto Braga foi o responsável pela produção musical da minissérie, em parceria com o diretor Paulo César Saraceni. A trilha sonora foi produzida de maneira pouco usual dentre as produções da TV Globo: nenhum personagem possuía tema próprio, nem ao menos os casais apaixonados. As melodias seguiam o clima de cada cena, segundo indicação do autor nos capítulos.

Isabela Garcia interpretou a ousada e modernista Rosemary em “Anos Dourados”. Minissérie de época marcou uma geração. (Foto: Reprodução/TV Globo)

7- Tom Jobim compôs a música da abertura: “Anos Dourados”. Posteriormente, Chico Buarque compôs a letra da canção, que ficou marcada como um grande sucesso da música popular brasileira. Quando o próprio Tom Jobim chamou Gilberto Braga para lhe apresentar a música que havia composto especificamente para a minissérie, lhe impôs uma condição: que a atriz Malu Mader acompanhasse o autor, pois ele possuía muita vontade de conhecê-la.

8- Anos Dourados foi marcada por ter sido o primeiro trabalho na TV Globo do ator Felipe Camargo, que recebeu diversos elogios pelo seu desempenho como o doce e apaixonado Marcos. A atriz Malu Mader também foi bem elogiada pela sua atuação como Lurdinha, a jovem mocinha da minissérie.

9- O triângulo amoroso formado por Glória (Betty Faria), Dorneles (José de Abreu) e Beatriz (Nívea Maria) foi uma reedição da narrativa central do Caso Especial As Praias Desertas, que o escritor escreveu em 1973, com Dina Sfat, Juca de Oliveira e Yoná Magalhães no papeis pertencentes a Betty, Abreu e Nívea, respectivamente na produção.

Betty Faria fez Glória em “Anos Dourados”. Trama foi uma das narrativas prediletas do autor Gilberto Braga, que ajudou a compor a trilha sonora da minissérie. (Foto: Reprodução/TV Globo)

10- Antes de cada capítulo, realizava-se uma retrospectiva do episódio anterior, narrada por Paulo César Pereio. Na cena final de cada episódio, também foi relatado de maneira compacta o que havia ocorrido anteriormente na trama.

11- Anos Dourados foi reapresentada duas vezes pela TV Globo: em outubro de 1988 e em agosto de 1990, no Festival 25 anos da emissora. Nas duas reapresentações, foi ocultado o final que mostrava o destino dos personagens nos anos posteriores.

12- Em 1990, a minissérie foi compactada e lançada em vídeo. Em 2003, foi feita uma nova versão em DVD, editada pelo próprio Gilberto Braga. Já pelo Canal Viva, TV por assinatura pertencente ao Grupo Globo, Anos Dourados foi exibida na íntegra em 3 oportunidades: de 2 a 27 de maio de 2011; de 29 de abril a 24 de maio de 2013 e também de 27 de setembro de 2020 a 7 de fevereiro de 2021. Ainda, foi reapresentada novamente no dia 23 de janeiro de 2015, em formato de longa-metragem, finalizando o festival Luz, Câmera, 50 Anos.

13- Anos Dourados foi comercializada para mais de 20 países, entre eles Albânia, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, Turquia, Uruguai e Venezuela.

Marcos (Felipe Camargo) e Lurdinha (Malu Mader) nos bastidores de “Anos Dourados”. Excelente desempenho do elenco marcou a produção. (Foto: Reprodução/TV Globo)

14- O primeiro título pensado para a minissérie foi Par Constante(“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

Fontes utilizadas: Memória Globo, Teledramaturgia e Wikipédia.

Deixe um comentário