Paraíso Tropical no Globoplay: 27 curiosidades sobre a trama

Recentemente reapresentada pelo Viva, a novela Paraíso Tropical, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, retorna hoje (28/02) definitivamente no Globoplay, plataforma de streaming da Rede Globo. Com direção geral e de núcleo de José Luiz Villamarim e Dennis Carvalho e produzida/exibida pela emissora de 5 de março a 29 de setembro de 2007, em 179 capítulos, a trama marcou pelo enredo ágil e cheio de reviravoltas que conseguiu prender o público noveleiro na frente da TV durante seus quase 7 meses de duração. Além disso, personagens cativantes e populares como a prostituta Bebel, de Camila Pitanga e o vilão Olavo, de Wagner Moura, além de um elenco recheado de estrelas como Tony Ramos, Glória Pires, Alessandra Negrini e Fábio Assunção, garantiram o êxito da narrativa. Por isso, vale relembrar 27 curiosidades desta obra que conquistou público e crítica com os devidos motivos para acompanha-la novamente dentro da plataforma on-demand global.

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Daniel (Fábio Assunção) e Paula (Alessandra Negrini) foram os protagonistas centrais da trama escrita por Gilberto Braga e Ricardo Linhares. (Fonte: Reprodução/TV Globo)

1- Paraíso Tropical conseguiu reunir um grande elenco com atuações excelentes. Nos papeis principais tivemos Alessandra Negrini, Fábio Assunção, Tony Ramos, Glória Pires, Wagner Moura e Camila Pitanga. Já em personagens secundários estavam Marcello Antony, Vera Holtz, Bruno Gagliasso, Hugo Carvana, Debora Duarte, Gustavo Leão, Paulo Vilhena, Patrícia Werneck, Fernanda Machado, Maria Fernanda Cândido, Juliana Didone, Daisy Lucidi, Isabela Garcia, Marco Ricca, Chico Diaz entre muitos outros.

2- Os primeiros capítulos de Paraíso Tropical foram gravados no nordeste, mais especificamente na Bahia e em Pernambuco. As cenas foram feitas nas cidades de Itacaré, Porto Seguro, Arraial D’Ajuda, Ilhéus e Porto de Galinhas.

3- No início da produção, a novela tinha um tom acinzentado, por conta da utilização de um software, que também tornava a imagem um pouco granulada. O acabamento se mostrou um erro pela direção e foi deixado de lado, pois deixava um ar pesado à obra.

4- Gilberto Braga e Ricardo Linhares, autores de “Paraíso Tropical” e dois cinéfilos de “carteirinha”, disseram que não houve uma inspiração literária direta para a criação da novela, mas geralmente sempre “bebem na fonte” de Balzac e dos filmes americanos dos anos 1940 a 60.

5-Copacabana” foi o primeiro título pensado para a novela, pois toda trama central era ambientada no famoso bairro do Rio de Janeiro. A narrativa é a quarta colaboração entre o ator Fábio Assunção e Gilberto Braga e colocou a atriz Alessandra Negrini como protagonista de uma novela do horário nobre pela primeira vez, depois de ótimas interpretações em trabalhos anteriores pela própria Globo.

6- Como a maior parte dos personagens trabalhava ou andava pelo Hotel Duvivier, alguns atores tiveram aulas práticas de gastronomia e hotelaria para interpretar seus personagens na trama. Entre eles estavam Daniel Dantas (que também teve aulas de culinária com especialização em culinária italiana), Bruno Gagliasso e Alessandra Negrini.

Atriz recusa convites para voltar à TV após sete anos fora do ar
Rodrigo Veronese (Lucas) e Renée de Vielmond (Ana Luísa) em cena da novela “Paraíso Tropical”. Atriz estava afastada há vários anos de novelas na época. (Fonte: Reprodução/TV Globo)

7- Paraíso Tropical foi totalmente gravada com câmeras de HDTV. Inclusive, foi a primeira novela exibida neste formato. Mas a sua transmissão original antecedeu a inauguração da Televisão digital no Brasil, que aconteceu por volta de dois meses depois do seus final, fato que fez com que a audiência da obra nunca pudesse ver seus capítulos exibidos nesta nova configuração.

8- Segundo Dennis Carvalho, um dos maiores desafios da novela foi a execução das cenas com as gêmeas Paula e Taís, que requeriam um trabalho árduo e dobrado de Alessandra Negrini. A preocupação principal foi inovar e encontrar resultados para que as duas contracenassem, sem o jogo habitual de câmeras onde uma dublê contracena com a atriz realizando o plano e contraplano. Graças a tecnologia, foi possível que as duas personagens interagissem de forma real sem que se percebesse que as cenas foram modificadas na edição. Em primeiro lugar, eram produzidas as cenas de Alessandra como uma das personagens. Então, a gravação era suspensa para que a atriz se vestisse como a outra, e retomada depois de um intervalo de aproximadamente 40 minutos, tempo que Alessandra utilizava para trocar figurino, penteado e maquiagem.

9- A caracterização também foi primordial para mostrar contrastes entre os personagens. A maquiagem da personagem Taís, por exemplo, era forte, enquanto Paula possuía a feição mais natural. Já Bebel carregava na cor do batom em tons de rosa, vermelho e laranja – e utilizava cabelos ondulados ou longos rabos de cavalo, com aplique. Em relação ao figurino, os vestidos bem justos, cor rosa-chiclete, tops, botas corsário, fendas e acessórios exagerados da personagem, bem-humorado e extravagante, também conquistou as telespectadoras.

10- Paraíso Tropical teve duas grandes cidades cenográficas produzidas nos Estúdios Globo. Uma alocava o núcleo de classe média da novela, em que estava posicionado o edifício Copamar e a outra tinha como alusão o próprio Hotel Duvivier e suas dependências, outro cenário comum da narrativa.

11- O casal idealizado por Bebel (Camila Pitanga) e Olavo (Wagner Moura) foi o grande destaque da história. A paixão da prostituta e o principal antagonista do enredo conquistou o público, que torceu para um final feliz para os dois. Uma curiosidade é que o casal de atores não era a primeira alternativa dos autores para os famosos papéis. Os novelistas pensaram primeiramente em Mariana Ximenes e Selton Mello para fazer os personagens.

12- Um dos tipos mais lembrados da novela, Bebel usou de expressões que ganharam as ruas, como “catiguria” e “cueca maneira”, quando queria citar um homem rico e bem atraente. Em contrapartida, Olavo chamava Bebel de “Cachorra”.

O que acontece com Gustavo e Dinorá no final de Paraíso Tropical? - TV  História
Gustavo (Marco Ricca) e Dinorá (Isabela Garcia) em cena da novela. Casal vive uma relação conturbada durante a narrativa. (Fonte: Reprodução/TV Globo)

13- Defendidas com maestria por Alessandra Negrini, o papel das gêmeas Paula e Taís, foram escritos especialmente para a atriz Cláudia Abreu, que aceitou o convite para interpretar as personagens antes de saber que estava grávida de seu segundo filho. Inclusive, o autor Gilberto Braga já havia escrito cinco capítulos quando a atriz contou que não poderia mais fazer o papel.

14- Outra “dança das cadeiras” aconteceu em relação a personagem Marion. Estava tudo certo para que Joana Fomm, que chegou a gravar algumas cenas como a mãe do vilão Olavo, fizesse a personagem. Porém, por conta de problemas de saúde, a veterana atriz teve de se ausentar da história e Vera Holtz ocupou o seu papel, regravando as cenas iniciais que Fomm já havia realizado.

15- Afastada da televisão há 30 anos, a saudosa atriz Daisy Lúcidi (1929-2020) retornou às novelas como a síndica do edifício Copamar. Seu último trabalho havia sido feito na novela O Casarão (1976). A atriz voltaria a interpretar um personagem de destaque três anos depois como a repugnante Valentina, em Passione, de Silvio de Abreu.

16- A abertura de Paraíso Tropical partiu de uma ideia do autor da novela, Gilberto Braga, de acordo com um dos responsáveis pela peça de apresentação do folhetim. Braga solicitou à equipe responsável para que fossem utilizadas imagens de Copacabana de dia e de noite, porém vistas de cima, sem cortes ou efeitos especiais. A equipe alugou um helicóptero para produzir as primeiras tomadas e avaliar os ângulos mais favoráveis do bairro. O saldo do teste foi tão positivo que por volta de 80% do material foi empregado no resultado final.

17- Ainda sobre a abertura da novela, o tema musical inicialmente proposto para a vinheta da trama seria “Sábado em Copacabana“, cantada por Maria Bethânia especialmente para a novela, e a própria Globo chegou a cogitar que o tema de abertura fosse a música “Olha”, interpretação de Chico Buarque e Erasmo Carlos. Contudo, o tema central escolhido foi mesmo “Sábado em Copacabana” e “Olha” foi agraciada como o tema do casal romântico central da história, Paula e Daniel.

18- A novela foi a responsável por trazer Renée de Vielmond de volta aos folhetins globais após quase dez anos. Durante esse tempo, a atriz havia realizado uma participação especial no seriado Mulher (1998). No começo, ela ficaria somente durante os 60 primeiros capítulos do enredo, mas a sua personagem, a amável e elegante Ana Luísa Cavalcanti, foi um grande sucesso de público, o que fez com que a atriz fosse solicitada para retornar à história.

O que acontece com Bebel no final de Paraíso Tropical? Com quem ela fica? -  TV História
Camila Pitanga imortalizou a linda, ambiciosa e atraente prostituta Bebel, personagem que caiu no gosto popular com muita “catiguria”. (Fonte: Reprodução/TV Globo)

19- Paraíso Tropical ganhou notório destaque pelo ritmo ágil em que as tramas se desenvolviam. Toda a sua ação ocorria e se resolvia em uma semana sem que a famosa “barriga”, onde nada acontece durante a novela, fosse utilizada. O saudoso Gilberto Braga sempre afirmou que a trama é uma de suas melhores novelas e, até então, a mais autoral. O novelista afirmou que foi criado em Copacabana, em um prédio parecido com o fictício Copamar.

20- O famoso mistério sobre “Quem matou Taís? (Alessandra Negrini) não estava prevista no enredo. O assassinato da antagonista da trama surgiu devido a crise que a novela enfrentou no seu começo e também para justificar a relação difícil entre Marion (Vera Holtz) e os filhos Olavo e Ivan (Bruno Gagliasso), que não era bem quista pelas telespectadoras fiéis de novelas. Segundo Gilberto Braga, o público médio não aprova qualquer tipo de crueldade vindo de uma mãe.

21- A gravação da cena principal do último capítulo, onde Antenor (Tony Ramos) descobre que Ivan (Bruno Gagliasso) é seu filho, foi realizada com muitos cuidados para impedir qualquer vazamento de informação antes de ir ao ar. Inclusive, os atores só receberam o texto no dia das cenas.

22- Paraíso Tropical contou com diversas participações especiais importantes, como a do jogador de vôlei Tande; da socialite Narcisa Tamborindeguy; da travesti Rogéria; do jornalista Nelson Motta; e dos cantores Ney Matogrosso, Erasmo Carlos, Sandy e Junior, Paula Toller, Simone, Ivete Sangalo, Mart’nália e Milton Nascimento.

23- A trilha sonora nacional de Paraíso Tropical contou com nomes de excelência da música popular brasileira com destaque para então inédita parceria entre Erasmo Carlos e Chico Buarque. Eles encantaram com uma nova roupagem da musica “Olha”, de Roberto Carlos. Além disso, gravações como “Samba do Avião”, de Tom Jobim e na voz de Milton Nascimento; “Carvão” da cantora Ana Carolina; “Você Vai Ver” de Miúcha e “Não Enche” interpretação de Caetano Veloso; entre muitas outras excelentes composições, foram destaques. A capa foi estampada pelo casal central Paula (Alessandra Negrini) e Daniel (Fábio Assunção).

24- Já a trilha internacional contou com grandes sucessos como “You Give me Something” do britânico James Blunt; “Have You Ever Seen The Rain?” de Rod Stewart; a romântica “Me and Mr. Jones” do cantor canadense Michael Bublé; “You Go to My Head” do músico Michael Bolton; entre outros hits. A capa do álbum internacional da trama foi para Camila Pitanga, intérprete da personagem Bebel no folhetim.

Lúcia (Glória Pires) e Antenor Cavalcanti (Tony Ramos) em cena da novela. Grandes atuações de boa parte do elenco foi um diferencial da história escrita por Gilberto Braga e Ricardo Linhares. (Foto: Reprodução/TV Globo)

25- Paraíso Tropical foi a grande vencedora da décima edição do Prêmio Contigo!, vencendo sete das 13 categorias do Troféu. Os destaques da premiação foram os atores Camila Pitanga e Wagner Moura, que interpretaram os papeis de Bebel e Olavo, respectivamente. Paraíso Tropical também recebeu o prêmio de Melhor Novela pela Associação Paulista de Críticos de Arte e os prêmios de melhor atriz para Camila Pitanga e Wagner Moura, como melhor ator neste mesmo Troféu. Ainda, a novela foi indicada ao Emmy Internacional em 2008, na categoria de melhor telenovela e venceu as categorias de melhor novela, atriz (Camila Pitanga) e ator (Wagner Moura) no Troféu Imprensa.

26- O primeiro capítulo da novela marcou 41 pontos, segundo o IBOPE. Mesmo com os primeiros meses abaixo da meta pretendida para a obra, quando Paraíso Tropical marcava médias de menos de 40 pontos, a trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares conseguiu conquistar os telespectadores com o passar do tempo e recuperar a audiência perdida. No capítulo 154, mostrado em 30 de agosto de 2007, a narrativa marcou 46 pontos com picos de 50 e 70% de participação (share). Neste capítulo, a personagem Taís acaba sendo assassinada, criando um mistério que permaneceria até o fim do folhetim. Seu último capítulo marcou média de 56 pontos, com picos de 61 e participação de 80% do público. A novela obteve média geral de 42,8 pontos.

27- Paraíso Tropical foi reapresentada recentemente no Viva de 5 de julho de 2021 a 28 de janeiro de 2022 na faixa das 15h00, com reprise às 23h45 e maratona aos domingos (13h às 19h). Houve bastante especulação de que a novela seria a primeira obra exibida em HDTV no canal, por conta dela ter sido gravada nesse formato, mas a novela foi ao ar mesmo no padrão SDTV16:9 widescreen esticado, assim como todas as outras tramas exibidas até aqui pelo canal.

Fontes: Memória Globo/Wikipédia.

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