Pai Herói no Globoplay: 26 curiosidades sobre o clássico

O grande clássico das novelas Pai Herói, retorna hoje (27/09), definitivamente no catálogo do Globoplay, plataforma de streaming da Rede Globo. Produzida e exibida pela emissora de 29 de janeiro a 18 de agosto de 1979, em 178 capítulos, a novela escrita por Janete Clair e dirigida por Gonzaga Blota, Wálter Avancini e Roberto Talma, foi um estrondoso sucesso de público e crítica em sua exibição original consagrando nomes como Tony Ramos, Elizabeth Savalla, Carlos Zara, Rosamaria Murtinho, Cláudio Cavalcanti, Glória Menezes e Paulo Autran, entre muitos outros, além da própria Janete como uma das maiores novelistas da nossa teledramaturgia. Além disso, a trama também foi responsável por mobilizar o país, sendo até hoje uma das maiores audiências da história das telenovelas. Por isso, vale relembrar algumas curiosidades deste clássico do gênero com os motivos para revê-la novamente na plataforma on demand global.

Glória Menezes interpretou Ana Preta no grande sucesso de “Pai Herói”, trama de 1979. (Foto: Reprodução/TV Globo)

1- Um dos maiores sucessos de Janete Clair, Pai Herói monopolizou a atenção dos telespectadores à espera de que se resolvessem os problemas na vida de André (Tony Ramos), em sua saga para limpar o nome do falecido pai, e o sumiço de Carina (Elizabeth Savala), sua amada, dada como morta. (Nilson Xavier, Site Teledramaturgia)

2- Durante o segundo semestre de 1978 era a vez de Lauro César Muniz realizar uma novela, para substituir Dancin´ Days. Mas o autor estava doente e precisou ser substituído de imediato. Então, Janete Clair, que acabara de finalizar O Astro, foi alocada prontamente para a missão e trouxe uma narrativa já apresentada na Rádio Nacional do Rio de Janeiro em 1958: Um Estranho na Terra de Ninguém. A autora atualizou a trama e alterou o nome para Pai Herói. Refeito, Lauro César Muniz substituiu a autora, com a problemática Os Gigantes.

3- Ainda sobre a ideia para a telenovela, Janete Clair apresentou um argumento criado originalmente para o que seria sua estreia no cinema (algo que nunca ocorreu). “Quando aceitei substituir o Lauro César, a trama de “Pai Herói” já estava pronta”, contou a autora.

4- Trabalhos irrepreensíveis e marcantes de Tony Ramos (como o “mocinho” André), Elizabeth Savalla (a “mocinha” Carina), Glória Menezes (como a sofrida Ana Preta), Rosamaria Murtinho (a esquizofrênica Walkíria), Cláudio Cavalcanti (o salafrário sedutor Gustavo), Lélia Abramo (a arrogante matriarca Januária Limeira Brandão), e Carlos Zara (em sua primeira novela na Globo como o vilão César Reis), marcaram o folhetim.

5- A atriz Elizabeth Savalla precisou emagrecer e chegou a pesar 48 kg para interpretar a bailarina Carina Brandão. Savala teve aulas com a professora Eugênia Feodorova para aprender os passos mais importantes de dança clássica. Dois bailarinos franceses da Ópera de Paris, Attilio Labis e Françoise Legreé, foram convidados a participar das encenações dos espetáculos Lago dos Cisnes e Gisele, produzidos especialmente para a novela. Para acompanhar a recuperação de Carina depois do seu acidente, o Dr. Carlos Bernardo M. de Carvalho realizou uma consultoria com a equipe da novela, liberando radiografias e orientando o elenco sobre procedimentos médicos.

6- Paulo Autran, contrário ao gênero telenovelas, realizava a sua primeira obra diária, como o amável vilão Bruno Baldaracci, um tipo italiano, mafioso e tragicômico que se popularizou entre as massas e marcou a sua já consagrada carreira. No final da trama, para não decepcionar a audiência, o malvado não foi penalizado por seus crimes. Acuado pela polícia durante o carnaval, Baldaracci fugiu em um helicóptero fantasiado de pierrô, em uma das cenas mais memoráveis da novela.

Gustavo (Cláudio Cavalcanti) nos bastidores da trama de Janete Clair. Grande fenômeno de audiência no horário nobre. (Foto: Reprodução/TV Globo)

7- Ainda sobre Paulo Autran, o ator foi merecidamente premiado pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como o melhor intérprete masculino de 1979 ao lado de Roberto Bonfim e Rubens de Falco.

8- Pai Herói teve cenas gravadas nas cidades de Maricá, Nilópolis e São José do Vale do Rio Preto (RJ) e também na vila cenográfica de Barra de Guaratiba. Algumas cenas da novela também foram gravadas em Bariloche, na Argentina. Por conta da repressão que representou o regime militar no país, a equipe de trama teve adversidades para conseguir uma espingarda, empregue na gravação da cena em que Carina é ferida.

9- Algumas locações bastante utilizadas durante a novela possuíam uma decoração especial. Um exemplo foi o apartamento de César Reis, situado na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, logradouro nobre do Rio de Janeiro. Como César era um colecionador de obras de arte, o apartamento era quase um museu, com peças excepcionais e quadros que foram presentes de seus amigos pintores que moravam na França.

10- Os cenários de Pai Herói foram produzidos por Gilberto Vigna. Todo o processo de criação foi acompanhado pela autora Janete Clair. Entre os ambientes feitos estavam a casa de samba Flor de Lys, de Ana Preta, a mansão da família Baldaracci, em Nilópolis, a fazenda de Dona Januária e a casa da família Limeira Brandão, no Cosme Velho.

11- Ainda sobre a decoração da produção, entre as posses de Carina estava sua cobertura de luxo, localizada na Avenida Delfim Moreira, no Leblon. Com vista para o mar, o apartamento possuía uma decoração elegante, de muito bom gosto, diversas plantas e uma piscina. Além disso, Carina tinha também um luxuoso iate chamado Gisele e a casa de praia de Ibicuí, cidade perto de Mangaratiba, no Rio de Janeiro, fixada no alto de um rochedo de frente para o mar.

Artistas de Pai Herói que já morreram - TV História
Paulo Autran interpretou um dos seus melhores papéis em televisão como o empresário mafioso Bruno Baldaracci. (Foto: Reprodução/TV Globo)

12- A música de abertura, Pai, grande sucesso de Fábio Jr., foi mostrada pela primeira vez no seriado Ciranda Cirandinha, em 1978. Na trilha internacional, a canção Alouette, em francês, foi ouvida na voz de Denise Emmer, filha de Janete Clair e Dias Gomes. A música era o tema da personagem Carina, interpretada por Elizabeth Savalla.

13- Também sobre a abertura, no Dia dos Pais de 1979 foram comercializados quebra-cabeças idênticos ao que era montado na abertura da novela nos shopping centers de grandes cidades brasileiras. 

14- Algumas celebridades fizeram participações especiais para divertir a casa de samba Flor de Lys. Nomes como Elza Soares, Nelson Gonçalves e Ângela Maria foram presenças ilustres no local.

15- Em um caso atípico, o último capítulo da trama foi ao ar em um sábado (18/08/1979) e reprisado no dia seguinte, depois do Fantástico. Entretanto, não ficou elucidado para o público quem era o assassino de César Reis (Carlos Zara), morto misteriosamente durante a última semana da novela, em um “quem matou?” que mobilizou o país. Semanas depois do final do folhetim, Janete Clair foi ao Fantástico desvendar o assassinato. O mandante do crime havia sido Baldaracci, que estava sendo chantageado por César.

16- Sobre o par principal da história, a Globo repetiu o “casal sensação” do trabalho anterior de Janete, O Astro. Menos de um ano antes, Tony Ramos era Márcio Hayalla, um rapaz rico, e Elizabeth Savalla era Lili, uma moça pobre. Em Pai Herói, as classes sociais dos personagens foram invertidos. Tony era André Cajarana, um rapaz pobre, e Savalla era Carina Brandão, moça rica.

17- Ainda sobre o casal, o sucesso dos personagens de Tony Ramos e Elizabeth Savalla criou no Brasil um grande estouro de crianças batizadas de André e Carina. Conforme matéria publicada na revista Veja São Paulo (em 28/08/2017), por conta da obra, houve um crescimento de mais de 600% de registros de bebês chamados André em relação à década anterior (de 1960), e em 1979, o dobro de registros de todos os anos anteriores da década de 1970. Quase nunca utilizado até os anos 1960, o nome Carina teve pouco mais de 7 mil registros de 1971 a 1978, saltando para quase 30 mil em 1979, quando Pai Herói foi ao ar.

18- Mais uma curiosidade sobre Elizabeth Savalla. Em 1983, a atriz e Lélia Abramo repetiram a dobradinha como avó e neta interpretando Mamma Vittoria e Bruna na novela Pão Pão, Beijo Beijo, de Walther Negrão.

Jorge Fernando em Pai Herói, 1979. TV Globo | Vintage
O talentoso e saudoso ator/diretor Jorge Fernando estreou em novelas como Cirilo Baldaracci, filho de Bruno e irmão de André, o qual não suporta. (Foto: Reprodução/TV Globo)

19- Houve alterações na direção durante a narrativa. Wálter Avancini escalou o elenco e principiou a novela. Gonzaga Blota dirigiu até o capítulo 50, mais ou menos, e logo depois foi substituído por Roberto Talma e Roberto Vignati.

20- Sobre sua estreia em novelas como ator, Jorge Fernando comentou: “Minha primeira cena foi um fracasso. Tinha que jogar um copo de cerveja no vestido da Glória Menezes. Eu tremia tanto que joguei tudo na cara dela!” Também a primeira novela da atriz baiana Regina Dourado.

21- Em julho de 2016 foi lançado o DVD da novela pela Loja Globo, editada e compactada em treze discos.

22- Dados da época de sua exibição original relatam que a novela conquistou uma média geral de 61 pontos no IBOPE. Essa posição ocupa o quinto lugar entre as novelas de maior audiência da história da Rede Globo.

23- Pai Herói foi editada para uma exibição de 1 hora e meia de duração, como parte do Festival 15 Anos, da TV Globo. A apresentação ficou por conta de Jonas Bloch. Inclusive, fontes diferentes anunciaram a atração em duas datas: 24 de janeiro e 25 de fevereiro de 1980, onde não fica claro se a novela foi exibida em uma, em outra ou em ambos os dias.

24 – A novela Pai Herói foi reprisada uma única vez, 37 anos depois da sua exibição original, através do Viva (canal de TV por assinatura pertencente ao Grupo Globo), entre 17 de outubro de 2016 e 06 de maio de 2017, totalmente na íntegra, às 23h30 (com reprise às 13h30 do dia seguinte).

25- A novela foi vendida para Argentina, Estados Unidos, Itália, Panamá e Portugal, entre outros países.

26- O primeiro título imaginado para a novela foi André de La Mancha(“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

Fontes: Sites Memória Globo, Wikipédia e Teledramaturgia.

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