Recentemente reapresentada pelo Viva, a novela Era uma Vez…, retorna hoje (16/08), definitivamente no catálogo do Globoplay, plataforma de streaming da Rede Globo. Escrita por Walter Negrão e com a direção geral e de núcleo do saudoso Jorge Fernando, a trama leve teve como foco central o público infantojuvenil, pelo menos no início, mas também conquistou o público em geral da faixa das 18h com uma história bem amarrada e um elenco adulto afiado. Produzida e exibida de 30 de março a 2 de outubro de 1998, em 160 capítulos, a novela possuía várias referências aos clássicos da literatura e graças a sua narrativa lúdica aliada e ao bom e velho folhetim tradicional, conquistou o telespectador. Assim, vale relembrar 17 curiosidades desta trama nostálgica para comemorar o seu retorno permanente dentro da plataforma digital global.
1- Era Uma Vez.. contou com um elenco talentoso e coeso durante a trama. Nos papeis centrais estavam nomes de destaque como Drica Moraes (Depois da passagem bem sucedida pela TV Manchete onde interpretou a vilã Violante Cabral em “Xica da Silva”), Herson Capri, Andréa Beltrão, Tuca Andrada, Cláudio Marzo, Elias Gleizer, Nair Bello, Deborah Secco e Cláudio Heinrich.
2- As gravações do primeiro capítulo aconteceram em Barcelona, na Espanha. Já em Santa Catarina, foram gravadas as cenas do arrozal de Pepe (Elias Gleizer), na cidade fictícia do estado, Nova Esperança.
3- A novela, direcionada ao público infantojuvenil, era centralizada nas aventuras das crianças e fazia algumas referências a clássicos da literatura, como Pinóquio de Carlo Collodi, e clássicos do cinema, como A Noviça Rebelde de Robert Wise e O Mágico de Oz de Victor Fleming.
4- Segundo o criador do site Teledramaturgia e colunista Nilson Xavier, A Globo apresentou Era uma Vez… no auge da “febre Chiquititas” – trama infantil que fazia enorme sucesso no SBT – mirando o mesmo público, mesmo que em um horário diferente (18 horas). A produção do SBT era exibida às 20h naquela época.
5- Ao constatar a pouca repercussão da novela, a trama infantil foi perdendo força. Para recuperar a audiência perdida, o autor passou a destacar tramas mais adultas, conforme explicou o diretor artístico Carlos Manga durante entrevista ao jornal O Globo de 07/06/1998: “Walther Negrão retomou a trama e a transformou numa história mais adulta. Porque, se em Anjo Mau (a novela anterior do horário) eu havia perdido público infantil, desta vez a gente tinha deixado de lado os adultos. Eu queria voltar a conquistá-los.”
6- Pouco antes da estreia, Walther Negrão sofreu um infarto. O fato não chegou a prejudicar a produção porque a narrativa tinha uma margem boa de capítulos escritos (por volta de 30). “Fiquei convalescendo durante quinze dias e voltei à ativa”, disse Negrão ao livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo” (de André Bernardo e Cíntia Lopes).
7- Paulo Autran foi o primeiro avaliado pra interpretar Xistus. Mas, com a negativa do ator, o papel ficou com Cláudio Marzo. Essa mudança ocasionou em algumas mudanças no personagem, uma vez que Marzo era notadamente mais jovem que Autran.
8- Próximo do final da trama, o autor Walther Negrão promoveu o retorno de dois de seus personagens mais marcantes: Shazan, interpretado por Paulo José e Flávio Migliaccio, que fez o personagem Xerife em O Primeiro Amor de 1972. A novela gerou também um spin off chamado Shazan, Xerife e Cia. de 1974. Essa foi uma bela homenagem pelos 25 anos de vida dos personagens. A primeira cena da dupla acontece na estrada, onde aparecem na “camicleta”, um tipo de automóvel cheio de geringonças interligadas, e oferecem carona para Maneco Dionísio (Antônio Calloni) até o armazém de dona Santa (Nair Bello). Aliás, o nome de Maneco Dionísio também era uma homenagem, pois essa era a alcunha de uma escola frequentada por Negrão durante sua juventude, em Avaré, cidade do interior paulista.
9- Era Uma Vez… também marcava o retorno de Myrian Rios às novelas depois dez anos longe das telas (a última trama que participou foi Bambolê, entre 1987 e 88). Porém, ela já havia realizado outros trabalhos, como a minissérie Irmã Catarina, exibida em 1996 e produzida pela CNT.
10- O extravagante figurino utilizado pelo personagem de Antonio Calloni, o Maneco Dionísio, foi inspirado no estilo do artista americano Jean-Michel Basquiat, adepto do grafite.
11- Um dos apelos para atrair a audiência infantojuvenil de Era uma Vez… era a música-tema da abertura, homônima da novela. Gravada por Sandy & Júnior e Toquinho com a autoria de Álvaro Socci e Cláudio Matta, a canção tornou-se um sucesso do repertório dos cantores e até hoje é associada à novela.
12- Tereza Rachel fez uma breve participação especial nos primeiros capítulos da novela, como Dona Berta, a governanta da mansão de Xistus (Cláudio Marzo).
13- A atriz Sura Berditchevsky, que atuou na novela como Letícia, dirigia o núcleo infantil da Globo na época da novela.
14- A novela foi reexibida dentro do Vale a Pena Ver de Novo de 29 de janeiro até 4 de maio de 2007, em 69 capítulos. A trama foi uma das novelas mais editadas da faixa. Sobre a exibição desta reprise, o capítulo 47 que iria ar inicialmente em 27 de março de 2007, não foi exibido, por conta da transmissão de um amistoso entre Brasil e Gana.
15- Era Uma Vez… também foi reapresentada no Viva (canal de TV por assinatura) de 4 de janeiro a 8 de julho de 2021, inaugurando a faixa das 12h30 (com reprises às 1h15).
16- O primeiro capítulo da novela conquistou uma média de 33 pontos, com picos de 39. Sua maior audiência foi de 43 pontos, obtida em 16 de junho de 1998, durante a Copa do Mundo de Futebol daquele ano.
17- Era uma Vez… foi exibida em Portugal, Polônia, Turquia, Uruguai e Venezuela.
Fontes: Sites Memória Globo, Teledramaturgia e Wikipédia.
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