Kubanacan no Globoplay: 24 curiosidades sobre a novela

A novela Kubanacan, escrita pelo dinâmico, audacioso e inteligente autor Carlos Lombardi, retorna em definitivo hoje (para surpresa de muita gente) ao catálogo da Globoplay, plataforma de streaming da Rede Globo. O espanto pela volta da trama no catálogo do aplicativo da emissora se deve por ela não ter sido listada inicialmente entre as novelas que já estavam previstas para retornar no streaming. Sendo assim, para relembrar as polêmicas, bastidores e curiosidades dessa obra divertida e “muito louca” da faixa das sete da noite, vamos fazer um apanhado com 24 curiosidades da narrativa que tinha Marcos Pasquim, o famoso “Pescador Parrudo”, como o grande protagonista do enredo.

Absurda, bizarra e totalmente sem noção: Há 17 anos, Kubanacan causou na  Globo · Notícias da TV
Marcos Pasquim fez um dos papéis mais importantes da sua carreira com Esteban Maroto, o personagem principal da trama. (Foto: Divulgação/TV Globo)

1- Carlos Lombardi inspirou-se na telenovela Que Rei Sou Eu?, de Cassiano Gabus Mendes, ao também utilizar a sátira política como crítica aos problemas sociais enfrentados no Brasil naquele momento, como a pobreza excessiva, a situação precária da saúde e a falta de escolas.

2- O personagem de Marcos Pasquim teve o perfil inspirado no protagonista do filme A Identidade Bourne, de 2002, que percorria a história de um homem másculo e sem memória, que era perseguido sem entender o motivo. Já o nome do personagem foi uma homenagem ao ilustrador espanhol de histórias em quadrinhos Esteban Maroto.

3- Segundo o autor Carlos Lombardi, o nome “Kubanacan” refere-se a um país fictício no Caribe, sem qualquer relação com Cuba, e foi inspirado no título da música interpretada por Ney Matogrosso chamada “Coubanakan“, composta nos anos 40 por Moisés Simons e Sauvat-Chamfleury. A canção havia sido gravada para o primeiro álbum de Ney Matogrosso, Água do Céu – Pássaro, de 1975, e já havia sido utilizada anteriormente também como trilha sonora de Salsa e Merengue, de 1996/97.

4- Kubanacan foi o terceiro trabalho seguido de Carlos Lombardi com Marcos Pasquim. Os dois já haviam trabalhado juntos em ‘Uga Uga‘  (2000) e em ‘O Quinto dos Infernos‘ (2002), tramas onde o ator também foi coprotagonista. Mais a frente, a parceria continuaria ainda em ‘Pé na Jaca‘ (2006), ‘Guerra e Paz‘ (2008) e até mesmo em “Bang Bang‘ (2005), – no qual Carlos assumiu os textos na fase final depois do afastamento de Mário Prata e trouxe o ator para o elenco.

5- A intenção da crítica política e social ficou clara nos primeiros capítulos e garantiu um tom menos fútil às reviravoltas sempre presentes nas tramas do autor. Muito antes de estrear Kubanacan, Lombardi já dizia que não pretendia fazer de sua novela uma alegoria política sobre governos, ditatoriais ou não. Mesmo assim, não resistiu em tecer uma sátira bem-humorada às ditaduras latino-americanas. (Site Teledramaturgia)

6- Kubanacan também repetiu os pares românticos de outras novelas como Danielle Winits e Marcos Pasquim de Uga Uga, Adriana Esteves e Vladimir Brichta de Coração de Estudante e Rafaela Mandelli e Iran Malfitano da oitava temporada de Malhação.

7- Por conta das cenas de violência e forte apelo sexual, a novela foi reclassificada pelo Ministério da Justiça como impróprias para o horário das 19h, fazendo com que a emissora precisasse diminuir as cenas para que a trama permanecesse no horário, embora a classificação tivesse sido fixada como “não recomendada para menores de 12 anos”.

8- Por conta do sucesso com o público masculino pelo perfil sensual de Marisol, Danielle Winits estrelou a edição de outubro da revista Playboy.

9- Originalmente, Helena Ranaldi foi convidada para interpretar Rubi, mas a atriz decidiu aceitar o convite de Manoel Carlos para interpretar Raquel em Mulheres Apaixonadas, faixa posterior das 21h na época, uma vez que o autor revelou que havia escrito a personagem especialmente para ela. Carolina Ferraz foi convocada em seu lugar, sendo a primeira vez em que a atriz não encarnou uma personagem feminina ou sensual, uma vez que Rubi se vestia igual um homem pela ausência de vaidade.

10- Outra mudança no elenco foi referente a personagem Lola. Letícia Sabatella foi convidada para interpretar a cantora, porém a atriz recusou o papel por não querer fazer um personagem cômico. A personagem passou para Adriana Esteves. A atriz afirmou que ela esperou a oportunidade para trabalhar com Carlos Lombardi por anos, vendo como uma forma de retribuir o convite feito em 1993 para interpretar Babalu na novela ‘Quatro por Quatro‘ (1994), o qual acabou não se realizando por ela ainda estar abalada com as críticas que recebeu em  ‘Renascer‘ (1993).

Carolina Ferraz on Twitter: "Novela é aquela coisa que quando o elenco é de  amigos, tudo fica leve. 💙 #TBT #Kubanacan https://t.co/ykaDH3nu7H… "
Lola Caldrón (Adriana Esteves), Dolores Calderón (Nair Bello) e Rubi Calderón (Carolina Ferraz) em cena da trama escrita por Carlos Lombardi. (Foto: Divulgação/TV Globo)

11- Vanessa Gerbelli entrou na novela em 1° de janeiro de 2004 para interpretar uma personagem de grande importância, uma líder revolucionária antiditadura em busca de tomar o poder do país.

12- Marcos Breda, por sua vez, interpretou dois personagens distintos em dois momentos diferentes da trama. Esse caso só havia ocorrido antes uma vez, em 1996, com Matheus Carrieri em Vira Lata.

13- Em junho de 2003, Humberto Martins sinalizou para a direção que estava insatisfeito com o pouco espaço que seu personagem tinha na história, chegando faltar em gravações e ameaçar deixar a trama. O ator estava incomodado pelo fato de ter co-protagonizado os dois trabalhos anteriores do autor, ‘Uga Uga‘ e ‘O Quinto dos Infernos‘, sentindo-se desprestigiado por não ter investimentos em seu personagem em Kubanacan. Em julho, o ator pediu afastamento alegando que precisava de tempo para cuidar de assuntos pessoais. Humberto retornaria apenas quatro meses depois, em novembro, quando o autor passou a investir mais na história do personagem. Com a ausência de Humberto, Marco Ricca entrou na trama para interpretar o irmão de Carlos, Celso Camacho, que comandava o país temporariamente enquanto o irmão fazia um tratamento de saúde internacional. Planejava-se que Marco continuasse na novela após o retorno de Humberto, porém o ator preferiu deixa-la.

14- Depois de alguns desentendimentos com o autor pelo atraso na entrega dos roteiros, Wolf Maya pediu desligamento da trama em setembro e aceitou o convite de Aguinaldo Silva para dirigir Senhora do Destino. A direção de Kubanacan  ficou nas mãos de Roberto Talma. Wolf também trabalhava como ator na novela e seu personagem teve que ter um desfecho prematuro com a decisão, comprometendo parte da trama. Ainda, em outubro, Ângela Vieira pediu para deixar a novela, uma vez que estava infeliz com a falta de importância de sua personagem que aparecia apenas cantando em cenas de fundo para outras histórias.

15- A primeira trilha sonora da telenovela foi lançada em 20 de maio de 2003 pela Som Livre com Danielle Winits na capa do álbum, compilando metade de canções em português, espanhol e inglês. A segunda trilha sonora da telenovela foi lançada em 19 de outubro de 2003 também pela Som Livre, trazendo apenas canções em espanhol e inglês. Dessa vez, Marcos Pasquim ilustrou a capa do álbum Internacional.

16- Kubanacan contou com duas cidades cenográficas: La Bendita foi construída na Central Globo de Produção (Projac) e Santiago, na Restinga da Marambaia, também na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Pau-a-pique, sapê, esteira de bambu, pau-do-mato e palha foram utilizados na construção da aldeia de pescadores, que incluía um complexo de oito casas e um mirante.

17- A novela teve muitas cenas de ação, incluindo guerra, lançamento de foguete, acidentes no mar e até furacões, comuns na ilha. As sequências contaram com o trabalho das equipes de efeitos especiais e visuais da TV Globo.

18- Pesquisas sobre países latino-americanos fizeram parte da fase de preparação da trama. O mapa de Kubanacan era uma adaptação do catálogo da República Dominicana.

19- A novela contou com mais de 90 participações, número bem maior do que seu elenco fixo. Muitos desses personagens estavam relacionados ao passado de Esteban trazendo novas pistas sobre a identidade do pescador.

Anúncio da volta de 'Kubanacan' no Globoplay agita a web - Patrícia Kogut,  O Globo
Esteban (Marcos Pasquim) e Lola (Adriana Esteves) em cena de ‘Kubanacan”. Casal teve vários desencontros durante a trama. (Foto: Divulgação/TV Globo)

20- Vladimir Brichta (como Enrico) brilhou em uma das atuações mais impagáveis da novela. Também, Adriana Esteves rendeu uma performance irrepreensível na pele da doce e estabanada Lola. A atriz imprimiu um toque de humor à personagem, o que fez com que Lola não se transformasse em uma heroína romântica completamente previsível e já manjada pelos espectadores.

21- Primeira novela do ator gaúcho Werner Schünemann (revelado naquele ano na minissérie A Casa das Sete Mulheres). Também a primeira novela de João Vitor Silva (na época com 7 anos).

22- Lombardi criou um final completamente inusitado para a novela, explicando a origem e o destino do desmemoriado Esteban (Marcos Pasquim), e misturando o passado (década de 1950), com o futuro, fazendo uso até de uma máquina do tempo. Palavras do autor sobre o fim de Kubanacan: “Sei que provoquei um monte de discussões. Há quem reclame muito, há quem tenha amado. Posso dizer que fiz um baita de um barulho. Era definitivamente o que eu mais queria. Ouvir o barulho!”

23 – Kubanacan teve média geral de 34,67 ficando um pouco abaixo da meta esperada para o horário de 35 na época. Sua maior audiência foi na quarta-feira de 23 de julho de 2003 quando registrou 41 pontos. Já seu menor número ocorreu na véspera de natal de 2003 quando marcou 24 pontos apenas.

24- A novela nunca foi reprisada na faixa vespertina Vale a Pena Ver de Novo, apesar de diversos pedidos de telespectadores para uma eventual reexibição.

Fontes de apoio: Memória Globo, Wikipédia e site Teledramaturgia.

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